Debate sobre os Mecanismos Sócio Naturais de Produção Espacial no Brasil e na Ásia

5o Seminário Brasil-Japão de Meio Ambientes Culturais

Data: 29 fevereiro 2020 (sábado)

Hora: 16:30~18:00

Lugar: Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP)

Coorganização: Unidade de Pesquisa em Disastres Ambientais (GSAIS), Plataforma Glocal de Informação (CSEAS), Universidade de Kyoto; Grupo de Pesquisa Produção do Espaço e Redefinições Regionais (GAsPERR); Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP) TBC

Este seminário, em forma de mesa redonda, reunirá intelectuais e profissionais provenientes de contextos variados para discutir os mecanismos sócio naturais que permeiam a produção do espaço no Brasil e na Ásia. Arquitetos, urbanistas e geógrafos japoneses descreveram a formação de assentamentos humanos como processos de surgimento de uma segunda natureza. Instituições, elementos naturais, emoções moldam os espaços de cidades e povoações seguindo as necessidades psico-fisiologicas do corpo humano. Antigos assentamentos humanos formaram-se em resposta às características e necessidades do corpo humano em termos de distâncias percorríveis a pé, acesso a água fresca e alimentos, e o potencial de lugares para manter espaços saudáveis e higiênicos para a vida diária humana. O aparecimento de instituições modernas, assim como inovações em ciência e tecnologia, suportou o aparecimento de transformações que seguem mecanismos próprios de manutenção cada vez mais desconectados da natureza humana e outros processos naturais.

Hoje em dia, o corpo humano individual se alimenta de comida, água, objetos, ideias, e outros corpos humanos longínquos através de vastas redes de mobilidade e comunicação. Este processo resulta em novas formas de organização espacial marcadas pela urbanização extensiva, que avança além de definições pré-estabelecidas de cidade mas que escapam também à definições do rural, e incluem espaços temporários que influenciam a formação de espaços de caráter permanente. Este processo gera, inclusive, a formação de assentamentos humanos dedicados à produção não-material (programas de computador ou conhecimento) que dependem de recursos naturais locais (água, comida, energia). Quanto de alimentos se necessita para manter funcionando as mídias sociais que intermediam as emoções de milhões de relacionamentos virtuais e concretos? Quanta água tem sido consumida em regiões como o “agreste” de Caruaru, ou quantas árvores foram cortadas na Zona Franca de Manaus, permitindo a produção de equipamento e aplicativos usados para se produzir filmes sobre a condição humana no Brasil? Como a especificidade da condição humana no Brasil, mostrada em filmes ou em exposições internacionais, afetam as necessidades físicas e emocionais de corpos humanos no Oriente Médio?

Este seminário reúne arquitetos, geógrafos, urbanistas, produtores de audiovisual, entre outros, para examinar criticamente a partir de suas experiências pessoais e profissionais no Brasil e na Ásia, as ligações existentes entre a natureza humana e processos sócio naturais estruturantes da vida diária dentro e fora de cidades.